domingo, 17 de julho de 2011

Técnica de Sashiki em mudas obtidas através de sementes

Olá amigos! Fiquei um pouco ausente, sem postar porque o fim do período me deixou na correria... sem falar no inverno que chegou e as plantinhas estacionaram de vez! hehehehe
Tirando a bouga vermelha que está toda brotada e as estaquinhas de amora que estão que nem uma floresta o resto do pessoal ta descansando pra primavera!

A exatamente 1 mês e 2 dias eu plantei algumas sementes em copinhos de café perfurados pra testar e aprender a técnica da obtenção de mudas através de sementes. Mais ou menos 10 dias depois algumas começaram a brotar e crescer. Me lembrei de um tópico do amigo Nickyfury no fórum do Atelier do Bonsai falando sobre sashiki em mudas de Pinheiro Negro. Técnica utilizada para obtermos um nebari mais radial. A seguir o texto retirado do posto:

"Adianto a voce que uma das técnicas necessárias para obter ótimas plantas começa pela estaquia. Ela é chamada pelos japoneses de sashiki e consiste em arrancar as mudinhas novas e cortar o talinho delas, um pouco acima das raizes. Com isso feito, enterramos as estacas na areia, mantendo-as em local semi sombreado,
com rega sem encharcar. Essa técnica tem por finalidade formar raízes
mais adequadas ao bonsai, ao invés de permitir seu crescimento o que
geralmente leva a raizes compridas, pivotantes, sem serventia num vaso de
bonsai.

As mudas não devem ser adubadas antes do segundo ano, e até nesse ponto,
só irão receber adubo liquido, nada de sólido, a cada mes. O adubo
liquido deve ser bem diluido em agua e jogado no solo, na borda do vaso,
longe do caule da plantinha, para não queimar as raizes e matar a planta.
Após o terceiro ano, começa o processo de adubação organica lenta, com
material curtido, da mesma forma que na primeira fase

Basicamente a técnica sashiki consiste na formação de uma nova planta a
partir da realização de estaquia de um galho. Ao cortarmos as raízes
iniciais das novas mudas de pinheiro, estamos transformando a muda numa
estaca, e as raizes advindas nesse processo é que irão permitir a
formação de um nebari correto, vez que irão se subdividir desde o ponto
inicial existente na estaca, e não a partir do final da raiz longa que
nasce e cresce tão logo a germinação da semente tenha inicio.

É sabido que uma muda oriunda de uma estaca possui raízes que partem do
ponto de corte inicialmente feito na base da estaca a ter contato com o
solo. Essas raízes, em razão disso, podem ser controladas, favorecendo um
nebari mais radial. Por isso, adotou-se o procedimento nas tenras
mudinhas de PN, visando corrigir seu nebari, que de outra forma seria
dificultoso, pois a tendencia nas novas mudas é que a raiz se torne
longa, bifurcando-se ou não.

Se não fizermos a estaquia com as mudinhas ainda novas, o próximo passo
será mais complexo no que toca à correção do nebari: teremos então que
usar arame e "amarrar" as raízes, enrolando-as, para que o nebari não
fique tão profundo que, no futuro, dificulte ainda mais construir um
bonsai a partir daquela planta.

Nas mudinhas de pinheiro negro, até 30 dias depois da germinação,
portanto ainda quando estão bem "verdes" e iniciais, faremos um corte
linear evitando mascar a haste, o local do corte pode ser imediatamente
após a saída das raízes, ou se preferir pode ser feita mais próxima da
copa. Ou se preferir pode ser feita mais próxima da copa. Sem as raízes,
colocamos em banho com o hormônio enraizador por alguns minutos.


Após o surgimento de novo enraizamento, que ocorrerá por volta de três
meses do corte das raízes antigas, no início da primavera, faça o
transplante para um vaso maior, que pode ser tipo vaso plastico preto,
de tamanho médio ou similar. A planta ficará nesse vaso por uns tres
anos, quando então poderá ser transplantada para um escorredor, onde o
controle do cultivo pode ser realizado mais adequadamente."


Sabendo disso, procurei saber um pouco mais e descobri que a técnica de cortar todas as raízes SÓ deve ser usada em Pinheiro Negro.
ATENÇÃO ao parágrafo em negrito, pois só se aplica ao PN e talvez outras coníferas do mesmo tipo.
Então, nos demais casos devemos cortar apenas a raíz pivotante. Abaixo seguem as fotos dos procedimentos que eu realizei hoje, agora a pouco. Semana passada eu já havia feito isso numa mudinha mais desenvolvida e após a recuperação aparente dela fiz com as demais.

Todas as mudas são de Resedá amarelo (Galphimia brasiliensis)

Essa mudinha brotou por um buraquinho que fiz para a água escorrer. Cortei um "buraco" maior em volta dela pra não perder essa belezinha hehehe
Aqui estão as 3 que foram transplantadas hoje
 Preparei potinhos de iogurte, perfurados nas laterais e no fundo

Cobri uma parte com terra para receber as novas moradoras

Retirei elas do copinho e lá dentro já estavam cheias de raízes!!!
 Olha em baixo como já estava, ainda bem que tirei, senão elas iam começar a brigar por espaço

 Essa é a raíz de uma delas sem a poda. As raízes menores saem diretamente da pivotante, portanto na hora de podar uma parte dela ficará e é dali que sairá o futuro nebari.

 Aqui é ela com as raízes que ficaram e formarão o novo nebari daqui a alguns anos heheheh

Da esquerda pra direita, a primeira foi a que eu fiz esse procedimento semana passada. As duas primeiras folhas, que são as primeiras a brotar amarelaram e eu cortei fora pois estavam murchas. No dia em que eu fiz a poda dela, ela murchou toda e então eu a coloquei num lugar com bastante luz, mas sem sol direto. No outro dia ela já estava boa e agora está assim, espero que dê certo com todas elas!


Pra quem não conhece bem o Resedá amarelo, aí vai uma ficha técnica da espécie:

Nome Científico: Galphimia brasiliensis
Nome Popular: Triális, Resedá-amarelo
Origem: Brasil
Ciclo de Vida: Perene

Arbusto rústico, o triális ainda é bastante florífero. Conhecido também
como resedá-amarelo, embora não seja da mesma família da Lagerstroemia
indica, o resedá que conhecemos. O triális apresenta folhagem bonita, que
não é compacta e nem muito aberta.

Floresce em todas as estações, sendo uma planta bastante interessante em
jardins de baixa manutenção e com flores o ano todo. Sua flores são
pequenas, amarelas e delicadas reunidas em inflorescências terminais.
Esta espécie é muito similar à Galphimia glauca.

Devem ser cultivadas sob sol pleno em solo fértil, enriquecido com
matéria orgânica, regada a intervalos regulares. Presta-se para
utilização como planta isolada, em grupos, renques e composições
com outras plantas.

Não é tolerante à geadas.

Multiplica-se por sementes.


Grande abraço a todos!!!!